O TERMO
A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a “valentão”, “tirano”.
O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e intimidadoras. São situações agressoras:
CAUSAS
Bullying é causado pela necessidade de um indivíduo de se impor sobre outro para satisfação pessoal e demonstração de poder. Isso acontece essencialmente entre adolescentes e crianças, quando essa necessidade é maior, pois é quando a sua “definição social” se está formando, assim como a sua personalidade está se estabilizando. Geralmente no meio escolar, ou se é popular, (estado ao qual muitos chegam através de ações de bullying), ou não, e estes são quem sofrem o bullying.
OS PROTAGONISTAS DO BULLYING
O agressor pode ser de ambos os sexos. Tem caráter violento e perverso, com poder de liderança, obtido por meio da força e da agressividade. Age sozinho ou em grupo. Geralmente é oriundo de família desestruturada, em que há parcial ou total ausência de afetividade. Apresenta aversão às normas; não aceita ser contrariado, geralmente está envolvido em atos de pequenos delitos, como roubo e/ou vandalismo. Seu desempenho escolar é deficitário, mas isso não configura uma dificuldade de aprendizagem, já que muitos apresentam nas séries iniciais rendimento normal ou acima da média.
A vítima pode ser classificada, segundo pesquisadores, em três tipos:
• Vítima típica: é pouco sociável, sofre repetidamente as conseqüências dos comportamentos agressivos de outros, possui aspecto físico frágil, coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixa auto-estima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quanto verbalmente.
• Vítima provocadora: refere-se àquela que atrai e provoca reações agressivas contra as quais não consegue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada ou insultada, mas não obtém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora. É, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.
• Vítima agressora: reproduz os maus-tratos sofridos. Como forma de compensação procura uma outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso.
Espectadores são alunos que adotam a “lei do silêncio”. Testemunham a tudo, mas não tomam partido, nem saem em defesa do agredido por medo de serem a próxima vítima. Também nesse grupo estão alguns alunos que não participam dos ataques, mas manifestam apoio ao agressor.
SINAIS DAS VÍTIMAS
• Demonstra falta de vontade de ir à escola;
• Sente-se mal perto da hora de sair de casa;
• Pede para trocar de escola;
• Pede sempre para ser levado à escola;
• Muda frequentemente o trajeto entre a casa e a escola;
• Apresenta baixo rendimento escolar;
• Volta da escola, repetidamente, com roupas e materiais rasgados;
• Chega muitas vezes em casa com machucados sem explicação convincente;
• Parece angustiado, ansioso e deprimido;
• Tem pesadelos constantes com pedidos de “socorro” ou “me deixa”;
• “Perde”, repetidas vezes, seus pertences e dinheiro.
BULLYING NAS SÉRIES INICIAIS
Para o espanto de educadores, o bullying tem-se estendido cada vez mais para as séries iniciais e acaba, muitas vezes, por sair da escola e invadir a vida pessoal através de mensagens pela Internet e celulares. Já aos quatro, cinco e seis anos identificamos alguns comportamentos de discriminação que podem ter repetidamente o mesmo alvo. Aparecem os conflitos, “panelinhas”, provocações e humilhações. É aqui que pais e educadores devem estar atentos para poder inibir esse comportamento antes que ele se instale e seja mais difícil de eliminá-lo. Veja a seguir, dicas para os professores lidarem com este assunto nas salas de aula.
DICAS PARA PROFESSORES:
Se você deseja reduzir o Bullying dentro das escolas, aqui vão alguns conselhos para lidar com isso.
Desde o primeiro dia de aula, avise aos alunos que não será tolerado Bullying nas dependências da escola. Todos devem se comprometer com isso: não o praticando e avisando à direção sempre que ocorrer um fato dessa natureza.
Promova debates sobre Bullying na classe, fazendo com que o assunto seja bastante divulgado e assimilado pelos alunos.
Estimule os estudantes a fazerem pesquisas sobre o tema na escola, para saber o que alunos, professores e funcionários pensam sobre o Bullying e como acham que se deve lidar com esse assunto.
Convoque assembléias, promova reuniões ou fixe cartazes, para que os resultados da pesquisa possam ser apresentados a todos os alunos.
Faculte a oportunidade de que os próprios alunos criem regras de disciplina para suas próprias classes. Essas regras, depois, devem ser comparadas com as regras gerais da escola, para que não haja incoerências.
Da mesma maneira, permita que os alunos busquem soluções capazes de modificar o comportamento e o ambiente.
Sempre que ocorrer alguma situação de Bullying, procure lidar com ela diretamente, investigando os fatos, conversando com autores e alvos. Quando ocorrerem situações relacionadas a uma causa específica, tentem trabalhar objetivamente essa questão, talvez por meio de algum projeto que aborde o tema. Evite, no entanto, focalizar alguma criança em particular.
Nos casos de ocorrência de Bullying, converse com os alunos envolvidos e diga-lhes que seus pais serão chamados para que tomem ciência do ocorrido e participem junto com a escola da busca de soluções.
Interfira diretamente nos grupos, sempre que isso for necessário para quebrar a dinâmica de Bullying. Façam os alunos se sentarem em lugares previamente indicados, mantendo afastados possíveis autores de Bullying, de seus alvos.
Converse com a turma sobre o assunto, discutindo sobre a necessidade de se respeitarem as diferenças de cada um. Reflita com eles sobre como deveria ser uma escola onde todos se sentissem felizes, seguros e respeitados.
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